Parte 1:
Frio e solidão emanam de seu corpo e lhe fazem encolher sob as cobertas, tal qual feto no útero. Olha para fora, e por um instante acredita estar nevando. Apenas a sujeira que granula o céu e emoldura a cidade em tom de sépia, como retrato de um passado remoto. Há quanto tempo não vê o sol?
Parte 2:
O vento que parece assoviar Carmem prolonga "l'amour" para irromper no chacoalhar arrotado dos vidros semi-soltos de sua velha janela coberta de pó. Jamais aberta, nenhum outro sentimento conseguirá entrar aí.
Parte 3:
A espera da ligação que nunca vem, você busca o nome em sua agenda a fim de tomar frente na decisão. Ocorre que não quer ouvir uma voz específica, mas qualquer uma que dê identidade à um amigo. Todos mudos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário