Sou o sangue que dispara nas veias salientes
e segue sem sequer definir direção.
Dos caminhos percorríveis e cativos tal correntes,
sou sempre o sim, o talvez e o não.
Eis que me vejo em mutação constante,
e da inércia não me faço submisso.
Sou intempérie desfeita num instante;
mas sou torpor, e que de mal há nisso?
Faça-me passagem, trem ou estação;
agora que percebo o que já sou,
tente levar-me alma, corpo e coração.
Mas saiba que tudo pode ser em vão;
perceba que ao invés de ser, estou,
um vórtice, uma constante evolução.